É inaceitável negligenciar a saúde óssea: o que toda mulher precisa saber sobre a osteoporose

por Feito para Ela

Por Letícia Martins, jornalista com foco em saúde

Embora a osteoporose seja silenciosa, suas consequências não são. Entenda como prevenir a perda óssea e descubra hábitos simples que fortalecem os ossos em qualquer idade.

O tema da campanha do Dia Mundial de Combate à Osteoporose 2025 ressalta a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

A osteoporose é uma doença silenciosa que enfraquece os ossos. Aos poucos, eles se tornam porosos, frágeis e quebradiços, ou seja, mais propensos a fraturas, que podem ocorrer com ações naturais do dia a dia, como um simples espirro, além de quedas da própria altura, escorregões, movimentos bruscos ou solavancos.

De acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose (International Osteoporosis Foundation – IOF), uma em cada três mulheres acima dos 50 anos terá uma fratura em decorrência de osteoporose ao longo da vida. Isso significa que, para muitas, o risco da doença é maior do que o de câncer de mama!

Em 20 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Osteoporose. Em 2025, o tema promovido pela IOF também é um alerta poderoso: “É inaceitável negligenciar a saúde óssea.”

Essa campanha serve para conscientizar sobre a doença e, ao mesmo tempo, denuncia a falta de diagnóstico e tratamento, mesmo com exames acessíveis e terapias eficazes disponíveis. “O objetivo da campanha é reduzir fraturas evitáveis e garantir o envelhecimento com qualidade e autonomia”, afirmou a ginecologista Dra. Adriana Orcesi Pedro, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Osteoporose da Febrasgo, que é presidida pelo Dr. César Eduardo Fernandes. Segundo o mesmo, os ginecologistas tem um papel único e muito importante na prevenção da doença, dado que, as paciente os procuram regularmente, mormente na transição menopáusica, quando podem identificar as pacientes de risco e empreender as médicas profiláticas ou terapêuticas que se fizerem apropriadas.

Pensando nisso, a IOF elaborou uma cartilha informativa para toda a população, além de um Teste de Verificação de Risco de Osteoporose (acesse aqui) e um portal exclusivo com dicas para ter ossos melhores (Build Better Bones). Em ambos os portais indicados, você pode selecionar o idioma Português e ler o conteúdo completo.

Sintomas e riscos de uma doença invisível

Os ossos da coluna, do quadril e do punho são os mais afetados na osteoporose, mas a doença não apresenta nenhum tipo de sintoma até a ocorrência da primeira fratura. É nesse momento, ao recorrer ao pronto-socorro, que se descobre a condição.

Quando acontece uma fratura, geralmente ela vem acompanhada de dor intensa e restrição de movimentos, afetando a qualidade de vida e até a independência da pessoa.

Entre os principais fatores de risco estão:

  • Menopausa precoce (antes dos 45 anos);
  • Baixa ingestão de cálcio;
  • Pouca exposição solar;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool;
  • Baixo peso corporal, isto é, com índice de massa corporal (IMC) abaixo de 19 kg/m²;
  • Histórico familiar de fratura de quadril;
  • Uso prolongado de glicocorticoides;
  • Fratura óssea após os 50 anos;
  • Pessoas acima de 60 anos;
  • Outras condições associadas, como artrite reumatoide, diabetes, câncer de mama, entre outras.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por meio de uma avaliação de risco de fratura e pela densitometria óssea, um exame rápido, indolor e não-invasivo que mede a densidade mineral óssea no quadril e na coluna.

Os resultados indicarão se o osso é normal, tem osteopenia (redução da densidade) ou osteoporose estabelecida. Se o resultado do exame mostrar uma dessas duas últimas opções, a paciente corre maior risco de sofrer uma fratura decorrente da fragilidade óssea.

Tratamento

Quem possui alto ou muito alto risco de fratura por fragilidade deverá iniciar um tratamento medicamentoso para reduzir esta probabilidade. Porém, não existe uma única opção a ser prescrita, e tudo depende do perfil de risco de cada paciente.

Segundo informações da IOF, “está provado que os tratamentos reduzem o risco de fratura de quadril em até 40%, de fraturas da coluna vertebral entre 30 e 70% e de fraturas não vertebrais entre 30 e 40%”.

Além desta recomendação clínica, o médico responsável também pode indicar a suplementação de cálcio e vitamina D para garantir a ingestão mínima diária recomendada desses nutrientes que ajudam na proteção dos ossos.

Algumas atividades também podem contribuir com a prevenção da doença, como exercícios de sustentação de peso e fortalecimento muscular, que auxiliam na força muscular e na melhora do equilíbrio.

  • passos para fortalecer os ossos em qualquer idade

De acordo com o guia “5 passos para a saúde dos ossos(“5 Steps for Bone Health”), da IOF, existem ações simples, fáceis e eficazes para manter a saúde óssea em dia:

  1. Tenha uma alimentação rica em cálcio, proteínas, vitaminas e leite (inclua iogurte, queijos, bebidas de soja fortificadas, carne, frutos secos, peixe, grão-de-bico e folhas verde-escuras na alimentação) e obtenha vitamina D suficiente e diretamente do Sol, com 10 a 20 minutos diários de exposição solar;
  2. Faça exercícios regularmente para alcançar ossos e músculos mais fortes. A IOF recomenda 30 a 40 minutos de exercícios, 3 a 4 vezes por semana, com foco em resistência e equilíbrio. Importante ressaltar a também a prevenção de quedas (link para o informativo de prevenção de quedas)
  3. Mantenha o peso adequado. O IMC deve ficar acima de 19 kg/m²: estar abaixo disso aumenta o risco de fraturas;
  4. Evite o tabagismo e o consumo de álcool em excesso, já que fumar quase dobra o risco de fratura de quadril, e o consumo de mais de duas doses de álcool por dia eleva o risco de osteoporose;
  5. Esteja atento aos fatores de riscos pessoais, como perda de altura (4 centímetros ou mais), menopausa e histórico familiar de osteoporose ou doenças associadas.

“Até o momento, a ciência ainda não encontrou a receita para tornar a osteoporose inevitável. Mas, o que sabemos é que sim, felizmente, dá para preveni-la e tratá-la”, afirma a Dra. Adriana.

Com o acompanhamento médico e seguindo as recomendações do profissional, é possível manter seus ossos fortes e seguir com a vida em movimento. E lembre-se: é inaceitável negligenciar a sua saúde óssea!

Guia: o que perguntar para o seu médico?

A osteoporose pode passar despercebida por muitos anos, mas suas consequências, como dor e fraturas, impactam diretamente a qualidade de vida. Por isso, conversar com o médico é fundamental para entender riscos, prevenir perdas ósseas e fortalecer o corpo.


A IOF preparou um excelente guia com 5 perguntas essenciais que podem ajudar você a aproveitar melhor sua próxima consulta e cuidar da saúde dos seus ossos de forma preventiva e consciente.

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