26 de Abril é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, doença silenciosa que pode causar infarto, derrame e problemas nos rins.
Por Letícia Martins, jornalista especializada em saúde
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença silenciosa que pode trazer consequências graves se não for controlada. Por isso, a data de 26 de abril foi instituída como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, com o objetivo de alertar a população sobre a importância de manter um estilo de vida saudável e realizar exames periódicos. Mulheres na menopausa precisam redobrar a atenção, pois possuem maior risco de desenvolver a hipertensão arterial. Mas por que isso acontece?
Na menopausa ocorre uma diminuição dos níveis de estrogênio, hormônio feminino que desempenha um papel de proteção do coração, visto que estimula a dilatação das artérias e auxilia no fluxo sanguíneo. “Assim, as artérias das mulheres depois da menopausa se tornam mais rígidas e contraídas, facilitando o aumento da pressão arterial”, explica o Dr. Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração e professor livre docente do Departamento de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
De acordo com o cardiologista, o risco é maior para mulheres com obesidade, histórico de hipertensão na família ou que tiveram hipertensão na gravidez. A falta de exercício físico também é um perigo. “O sedentarismo é um dos fatores que contribuem para o aumento da pressão arterial em todos os indivíduos, homens e mulheres, mesmo os mais jovens. A atividade física regular aumenta a produção de substâncias que dilatam os vasos e diminuem a atividade de substâncias que contraem os vasos e aceleram o coração”, esclarece o Dr. Bortolotto.
Uma das maiores barreiras para o diagnóstico de hipertensão arterial é a ausência de sintomas. “Tanto antes quanto após a menopausa, a maioria das mulheres com hipertensão não tem sintomas, por isso é importante aferir a pressão arterial em toda a consulta médica, principalmente com o ginecologista”, ressalta o diretor do Instituto do Coração. Em alguns casos, sintomas como dor de cabeça, tontura, falta de ar, dor no peito e palpitações podem estar presentes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 30% dos brasileiros têm hipertensão arterial. Quando não controlada, a doença pode causar diversas complicações, como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e acidente vascular cerebral (AVC), e levar à morte. Mais de dez milhões de pessoas morrem por ano no mundo devido a alterações não tratadas da pressão arterial.
Como evitar a pressão alta na menopausa?
A boa notícia é que existem formas de prevenir a hipertensão, inclusive em mulheres que estão na menopausa.
Algumas medidas diminuem o risco de hipertensão arterial após a menopausa:
- Fazer atividade física regularmente,
- Adotar uma alimentação equilibrada e saudável,
- Reduzir o consumo de sal,
- Manter o peso adequado,
- Não fumar,
- Controlar o estresse.
Tratamento e cuidados após o diagnóstico
Para aquelas mulheres que já são hipertensas e estão no climatério, os cuidados incluem a adoção de hábitos de vida saudáveis, como os descritos acima, e aferir a pressão arterial regularmente pelo médico ou mesmo em casa com aparelhos validados e calibrados.
Na maioria dos casos, a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada. É fundamental consultar um médico e diagnosticar a origem do problema para iniciar o tratamento adequado.
“O tratamento com medicamentos é indicado para a maioria das mulheres hipertensas e o médico escolhe individualmente aquele mais adequado, entre diuréticos, vasodilatadores e outras medicações disponíveis para controlar a pressão”, afirma o Dr. Luiz Bortolotto.