Método atrai o olhar feminino pelos seus benefícios, como a praticidade de inserir o anel apenas uma vez ao mês
Por Letícia Martins, jornalista com foco em saúde
Atualmente, existem vários métodos contraceptivos seguros no mercado nacional, que são importantes aliados na prevenção de uma gravidez não planejada. Cada método tem suas características, vantagens e desvantagens. Geralmente, o que mais atrai o olhar feminino é a praticidade. Um dos tipos que garantem esse benefício é o anel vaginal. Já ouviu falar dele?
O anel vaginal é um método contraceptivo que tem o formato de uma argola pequena e é feito de silicone Ele combina dois hormônios sintéticos femininos, estrogênio e progestogênio, que são liberados por dispersão para a parede vaginal e absorvidos na circulação sanguínea. Esses hormônios agem na inibindo a ovulação, evitando a gravidez.
“O anel vaginal deve ser inserido no primeiro dia da menstruação e permanecer intravaginal por 21 dias. No 22º dia, a paciente retira o anel e fica sete dias sem usá-lo. É nesse período que vai acontecer o sangramento de privação”, explica a ginecologista Dra. Jaqueline Neves Lubianca, membro da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Anticoncepção da FEBRASGO e professora titular em Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Método que previne a gravidez, o anel vaginal é feito de silicone e combina dois hormônios contraceptivos.
Como colocar o anel vaginal?
De acordo com a Dra. Jaqueline, a utilização é bem simples e a própria paciente pode colocar e retirar o anel vaginal.
Antes do processo, é importante higienizar bem as mãos. A inserção pode ser realizada com a paciente em pé com uma das pernas dobrada, elevada e apoiada em um banco ou no vaso sanitário. Também é possível inserir o anel na posição deitada. Independentemente da posição adotada, a mulher deve dobrar o anel, fazendo um formato de 8 e inseri-lo na vagina, empurrando-o para dentro com os dedos ou com o auxílio de um insertor que o próprio fabricante fornece.
O processo para retirar segue a mesma simplicidade. “O anel vaginal é retirado por tração. Com os dedos, basta ‘pescar’ a argolinha e retirar o anel”, explica a ginecologista.
Vantagens
- Praticidade ao colocar, já que é feito de silicone, material maleável, e possui formato de argola;
- Quando usado corretamente, previne a gestação em 99,5% das vezes, valor levemente superior ao do anticoncepcional oral (pílula) que depende da lembrança da ingesta diária;
- Maior liberdade para a mulher, inclusive durante viagens. Por ser administrado apenas uma vez ao mês, há maior facilidade de uso e menor chance de falha por esquecer ou atrasar o uso, como no caso do uso oral,
- Bom controle do ciclo, com baixa ocorrência de sangramentos fora do período da pausa, os conhecidos “escapes”.
Desvantagens
Apesar dos benefícios, quem utiliza o método precisa ter atenção, já que existe o risco de o anel sair da vagina de forma involuntária. “O anel pode ser expulso da vagina espontaneamente, embora isso seja bastante infrequente”, conta a especialista. “Nesses casos, a paciente pode reutilizar o mesmo anel, mas antes é preciso lavá-lo em água corrente fria. Somente depois de higienizar o anel é que pode ser reintroduzido na vagina.”
A ginecologista cita outras desvantagens:
- O anel não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, vale ressaltar que a mulher deve usar preservativo para se proteger de possíveis ISTs;
- Alguns efeitos adversos comuns aos métodos hormonais combinados podem ocorrer, como trombose venosa, elevação da pressão arterial, formação de cálculos biliares, retenção hídrica, desconforto mamário e náuseas. Nesses casos, a recomendação é procurar atendimento médico o mais breve possível para ajustar o uso do método contraceptivo.
Contraindicações
Antes de aderir a qualquer método contraceptivo com hormônios, é fundamental buscar a orientação do ginecologista, devido às contraindicações e aos possíveis efeitos adversos.
O anel vaginal, por exemplo, não deve ser usado por pessoas com mais de 35 anos, que sofrem de enxaqueca, tromboembolismo venoso, câncer de mama ativo, hipertensão descompensada, que têm o hábito de fumar (tabagista), ou se houver sangramento de origem indeterminada.
“A educação sexual é importante, mas é necessária uma conversa com um ginecologista para saber quais as melhores alternativas para cada caso, levando em conta os hábitos e histórico clínico da paciente”, orienta a Dra. Jaqueline.
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