Mãe: você tem uma rede de apoio?

por Feito para Ela

Mais do que um ombro amigo, ter pessoas com quem se pode contar é uma condição para o autocuidado feminino.

Por Letícia Martins, jornalista com foco em saúde

O Dia das Mães está chegando, e o Feito para Ela faz, neste texto, um questionamento geral, seja para as mães de primeira viagem ou de múltiplos, de filhos pequenos ou grandes, que gestou no ventre ou no coração: mãe, você tem rede de apoio?

A Dra. Lilian de Paiva Rodrigues Hsu, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) em Assistência Pré-Natal da FEBRASGO, explica que tornar-se mãe envolve uma série de transformações e adaptações que se iniciam durante a gravidez. “A maternidade é um aprendizado que envolve mudanças não apenas no corpo da mulher, mas também emocionais, familiares e sociais”.

A médica cita uma frase de Osho para exemplificar esse aprendizado: “Quando uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo”.  Para a Dra. Lilian, essa frase é verdadeira e atual. “Não existe uma regra a ser seguida para as mulheres que passam pelo processo da maternidade. Elas acabam sendo autodidatas, mudam suas prioridades, esquecem o cansaço, a falta de sono e até mesmo da sua saúde e bem-estar para voltar sua atenção e cuidado para os seus filhos”, relata a obstetra.

A jornada nem sempre é fácil e, por isso, contar como uma rede de apoio é fundamental. “Não podemos nos esquecer que muitas são mães solos, outras até têm um parceiro, mas não o apoio. A mulher que se torna mãe precisa de atenção e cuidados, tanto quanto os seus filhos”.

Rede de apoio: um presente valioso

Durante as semanas que antecedem a chegada do bebê, é necessário já saber com quem vai ser possível contar quando precisar. “A gestante, seu parceiro e familiares devem ser alertados da importância desse aspecto. Devemos lembrar que o período que se segue ao parto, e também ao aleitamento, são momentos muitas vezes desafiadores para a mulher e para a família”, explica.

“Estudos apontam a fadiga como um dos problemas de saúde mais comumente relatados no pós-parto, muitas vezes de início precoce. Esse problema pode aumentar os sentimentos de depressão, ansiedade e desamparo, o que, por sua vez, leva a uma maior exaustão da mulher. Nesses casos, é fundamental que ela conte com uma rede de apoio e de suporte para auxiliá-la nesse recente papel. Pessoas que sejam de sua confiança e que lhe forneçam o suporte necessário nos momentos de recuperação, cansaço, variações hormonais, dúvidas. Dessa maneira ela pode se sentir mais segura e acolhida”.

Não é difícil cultivar esse time de ouro para ajudar a mamãe. Basta pensar em quais pessoas já se colocam à disposição antes mesmo da chegada do bebê. “Esse suporte pode ser formado por pessoas próximas e de confiança. Pode envolver familiares, amigos, vizinhos”, conta a médica. “O importante é que essa rede de apoio materno ofereça carinho, segurança, acolhimento, tranquilidade e prestatividade”.

Quando o bebê está na barriga, se pensa em tudo, do enxoval às fotos de “mesversário”. Mas quase ninguém se lembra do esgotamento que vem como brinde. Em muitas ocasiões, a privação de sono é a causa-raiz de diversos problemas. Ou seja, às vezes, a única coisa que uma mãe de recém-nascido precisa… é dormir!

“É fundamental que a mãe se dedique não apenas ao período passado com os seus filhos, mas que também cuidem da sua saúde e bem-estar. Assim será possível estabelecer um relacionamento real, saudável e de qualidade com seus filhos”, finaliza.

Então, para comemorar esse Dia das Mães, lembre-se que mulher não precisa ter superpoderes para encarar a maternidade, a vida profissional, os cuidados com a casa e o relacionamento com o parceiro. Ser mãe pode e deve envolver um processo de descobertas, de como administrar o tempo e o autocuidado, de se descobrir mãe e se redescobrir mulher.

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