Menopausa: o que é, quais são os principais sintomas e quando iniciar o tratamento

por Feito para Ela

Para muitas mulheres, a menopausa ainda é assunto tabu, que traz diversos medos e dúvidas. Por isso, conversamos com um especialista para entender o que acontece nesta fase natural da vida.

Por Letícia Martins, jornalista especializada em saúde

A menopausa marca o término do período menstrual e da capacidade reprodutiva da mulher, mas não significa envelhecimento. Pelo contrário. Com a expectativa de vida da população feminina estimada em 80,5 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2021, nós mulheres temos muito para aproveitar e viver. Claro que há diversas variáveis envolvidas na equação da longevidade saudável, como hábitos alimentares, adesão à prática de atividade física e fatores ambientais, mas dizer que a menopausa significa declínio já é ultrapassado.

“A menopausa é o período de maior produtividade para muitas mulheres, que estão no auge da sua vida profissional. Precisamos, portanto, desassociá-la da ideia de declínio. Menopausa é simplesmente a fase em que o ovário para de produzir hormônios e a mulher não pode mais engravidar”, explica o ginecologista obstetra, Dr. Luciano de Melo Pompei, presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da Febrasgo. 

Quando a menopausa acontece?

A mulher sabe que entrou na menopausa quando a última menstruação dela ocorreu há 12 meses. Ou seja, a menopausa não é um fato abrupto, ela acontece de forma gradativa. Ao longo dos anos, os ovários deixam de produzir hormônios femininos importantes, como o estrogênio, que tem um efeito protetor cardiovascular e da saúde óssea. Cerca de dois a três anos antes da menopausa propriamente dita inicia-se a fase da transição menopausal ou climatério, período em que começam os atrasos menstruais até que finalmente ocorre a última menstruação”, esclarece Dr. Luciano.

De acordo com dados do Estudo Brasileiro de Menopausa, realizado em 2022 com mais de 1500 brasileiras de todo o país, a idade média para entrar na menopausa é aos 48 anos. No entanto, estima-se que ela aconteça entre 45 e 55 anos de idade.

Sintomas da menopausa

Os sintomas da menopausa variam de mulher para mulher, mas podem incluir:

  • Entre 70 e 80% das mulheres apresentam ondas de calor,
  • Palpitações, geralmente associadas às ondas de calor,
  • Suor noturno,
  • Sono entrecortado (dorme-acorda),
  • Insônia,
  • Alterações no humor (irritabilidade ou humor depressivo),
  • Falta de libido,
  • Ressecamento ou menor lubrificação vaginal,
  • Alterações urinárias, 
  • Dores de cabeça,
  • Dores musculares,
  • Perda de cabelo, entre outros.

Risco de desenvolver doenças

A menopausa não é uma doença, mas algo natural na vida da mulher. No entanto, “a longo prazo, a falta de produção de estrogênios pelo ovário aumenta o risco de osteoporose, e por consequência, de fraturas, além de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio”, acrescenta Dr. Luciano Pompei. Mulheres que têm menopausa precoce possui risco ainda maior de desenvolver essas doenças. 

Menopausa precoce

A menopausa ocorre naturalmente por conta da idade, mas pode ser acelerada por fatores como a remoção do útero ou ovários, tratamento contra o câncer, doenças imunológicas e genéticas, tabagismo, entre outras.

Tratamento

O tratamento da menopausa pode ser feito com terapia de reposição hormonal e tem basicamente como indicação a existência dos sintomas ou o risco aumentado para osteoporose. Para mulheres com manifestações atróficas urogenitais, condição comum na pós-menopausa que pode causar secura vaginal, ardência, coceira e dor durante as relações sexuais, é possível ainda fazer aplicações de estrogênios locais na vagina. 

“Se houver alguma contraindicação à terapia com reposição hormonal ou a mulher opte por não realizá-la, existem tratamentos não hormonais que podem aliviar os sintomas e consequências da menopausa e melhorar a qualidade da vida dela”, afirma Dr. Luciano.

Portanto, menopausa é uma nova fase da vida, não um fim. Converse com o ginecologista e adote hábitos saudáveis para enfrentar essa transição com mais tranquilidade e qualidade de vida.

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